Neste tempo que andei sumido tive a oportunidade de ensinar em uma escola pública aqui no Guarujá, e por isso mesmo, me aproximei mais do universo da juventude do Brasil, sobretudo aquela que é deixada de lado, os jovens mais carentes das classes mais baixas da nossa sociedade. E confesso que fiquei chocado…
Infelizmente o cenário não é bom. Os jovens não recebem a educação que deveriam ter recebido para frequentar um ambiente público: Na sua maioria não respeitam ninguém, não respeitam as autoridades, não respeitam os amigos e muito menos não respeitam a si mesmos. A convivência com a violência é tanta que essa maioria se trata como cachorros. Porém o pior de tudo é ver que esta grande maioria não tem perspectivas de uma vida melhor. É triste ver que os jovens deixaram de sonhar. Não projetam um futuro e não se esforçam para atingir este futuro.
Dentro deste cenário caótico, estão os jovens católicos. Muitos dos nossos jovens que participam das atividades da Igreja frequentam as escolas públicas, vivem dentro desta realidade de desrespeito aos outros e a si mesmo, e sabem perfeitamente do que estou falando.
Porém mesmo sendo vítimas de tudo isso, os jovens católicos precisam remar contra a maré, ser diferentes e fazer a diferença. Para evangelizar os jovens da escola, os jovens católicos precisam aprender e entender que cristianismo não é só palavra, mas testemunho. Não adianta você ir para a Igreja e no dia a dia continuar com atitudes que não condizem com a fé que você propaga. A pessoa que vive de um jeito e fala de outro se chama hipócrita. E você não pode ser reconhecido como hipócrita. Um jovem católico não pode falar de Jesus e viver chamando palavrões. Não pode destratar ninguém, sobretudo usando palavras de baixo calão. Ser um jovem católico que verdadeiramente testemunha a sua fé é também dar testemunho prestando atenção nas aulas, respeitando seus professores e tirando boas notas. Ser um jovem católico é não abusar da sensualidade e saber que hora de estudar é hora de estudar. Hora de brincar é hora de brincar. Cada coisa a seu tempo.
Veja com isto não estou dizendo que as escolas no Brasil são perfeitas. Porém um erro não justifica o outro. Se a escola não é boa, eu não posso me acomodar na ruindade dela. Se a família não está bem eu não posso me nivelar no que é ruim. Ser católico é olhar para o Cristo e tentar imitá-lo em todos os momentos e Ele é bom por excelência.
É preciso se perguntar: Se Jesus estivesse no meu lugar Ele se comportaria assim? Ele falaria deste jeito? Usaria esta roupa? Estaria no meio da aula ouvindo música no celular? Escutaria este tipo de música? Trataria o professor como eu estou tratando? Se comportaria na sala de aula como eu estou me comportando?
O bom católico não pode viver no mais ou menos. Tem que ser bom no que faz e fazer bem feito todas as coisas. Por isso o jovem católico não pode e não deve, em hipótese alguma, ser medíocre com as suas notas e no seu desempenho escolar. É um contra testemunho danado você viver na Igreja com notas vermelhas. Nota vermelha significa preguiça (pecado), desleixo (pecado), irresponsabilidade (pecado) e o pior de todos os pecados: Não investir em você mesmo!
Como seria bom se os grupos de oração, movimentos e pastorais que trabalham com a juventude do Brasil, orientassem seus jovens também com esta visão de uma fé testemunhada no dia a dia. Hoje é preciso entender que educação, bom comportamento, respeito as autoridades, maneira de se portar e de falar também são fortes testemunhos de fé.
Na boa: Jovens católicos repensem suas vidas. Palavras convencem. Mas o testemunho arrasta!